PENHASCO
que crueldade abissal!/estou caindo do penhasco,/me esfolando e me
cortando/nessa dor engolfante/que esta tomando conta de mim!/Servindo
de escárnio,de riso.../tendo testemunhas de mim na platéia que me
assiste.../as pedras estão rolando,/caindo apressadas e insanas/sobre
a dor que estou sentindo.../
estão me machucando mais ainda/e já não consigo pensar em nada.../me
entrego e deixo ela vir/sem lutar mais contra nada.../a força do poder
é maior/que a minha vontade de gritar.../
estou sufocando em meio/aos meus próprios gemidos/que me fazem
engolir os cascalhos/que o rolamento das pedras soltam.../ essa dor
desvairada/que se confunde com o pranto/fazendo germinar na terra/meu
uivo de desespero.../
as pedras se transformam/na beleza das rosas/que é a voz a me
ordenar/e a me transformar no que quer.../ofereço o desespero que me
encontro/para aplacar a fúria/
e transformá-la em misericórdia!!!!!!