se eu morrer aqui (de aqui)
como morrem os que, cansados de si adiante,
não cabem morrer em novos amanheceres
   que eu morra tão aqui
     sem algum ali
          sem qualquer lá
  que alcance o utópico dos trópicos
o sol
que não há de chegar.
 
       O frio ebânico,
    sem dó,
congela o marfim da primeira luz das manhãs
sobretons retroativos em acordes menores
na escala fugal da existência.
 
   aqui, só aqui (deserto cromático irresoluto)
      tão de aqui eu possa me fartar
   que todos os alis, acolás, aléns
voem pelas tempestades de vazios
que passam em solos
em que eu não soube me enterrar.
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 22/08/2014
Código do texto: T4932768
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