A RAPOSA
 
Saia desarrumada
Saia de qualquer
Jeito
Óculos escuros
A frente de uma
Descoberta
Que virá de certa
Deserta do que pensa
Há um indíviduo
Andando
Desapercebido
Uma poça de água
Lança perfume
Para o carro
Espera a raiva
Golpear seu golpe
Astuto
De mulher-menina
Ela a parte do que envolve
A cena produzida
Sai ela devagar
Primeiro a bota
De um salto
Tão alto
Quanto estava
O símio pulador
Querendo avançá-la
Sua saia rodada de couro
tinha um feche semi aberto
Bem perto
Do que façanha
Os outros a saber
O que esconde
Grita responde
Ela  debochada
Acende um cigarro
Na estrada
De costa a tudo
Onde o mudo cativante
Do feiche ficava a mostra
Ele agora surdo
Dos suspiros
De lábios carnudos
Que de lado
Apenas a vistas
De relancina
Esperando a esquiva
Saída
De sua vítima
As portas abertas
Do carro
Atentam p’ro
Único bar aberto
Quer tomar-me
Como se bebe um drink
Venha e fique
Meu motel dirige
Aonde queremos
Ir
Faço de suas roupas
Molhadas
Outro acento
Na estrada
Onde os faróis
Iluminaram
Lençóis de relva
No esplendor
Da nossa volúpia!