caroço

Os escombros persistem

E não há palavra

Que me

Torne o que desejo ser

p

o demônio, imaginação

vertiginosa

quem tem medo

de quem se arrasta pelas

frestas,

derramando lubricidade

pelas

bocas das coisas

pois toda coisa

tem boca

toda coisa é boca

toda coisa nos chega

como comida ou como boca,

que

manhosamente

no entorpece

e nos

e nos e nos e nos

sabe-se

quanto de mim

já foi

sabe-se quantos

ainda aguenta

ao chamado das coisa

aos dentes que

cada coisa guarda

É para ele essa linguagem

Curtida no azeite quente

Colhida na beira dos cemitérios

ascedida da dureza

de um tijolo

da cara feia

de quem

não gosta

e não goza

Da boca dos passa fomes,

Que nem sequer sabe-se só

Que não

Sabe que a caixa

De feixe elétricos

Inflige

Dor, que cospe

em sua cara assim

que chega em casa

e janta, que

ao botão

embaixo do dedo

do lado

de sua senhora

leva fumo

e nem sabe

que na rua do lado

suja de bosta de mendigo

ascende um veneno novo

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 21/08/2014
Reeditado em 21/08/2014
Código do texto: T4931348
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