AMANDA SEU VÍCIO 
 

Dobrou os ensaios
De artesã do fervor
N’uma bandeja de prata
Torneada em ouro
Pitangas coloridas
Sortidas silvetres
Maduras
Pensava ser ela
Preparada p’ra acontecer
Entre velas
E um candelabro na porta
Coloca lenços
Em galhos
Como mãos de aias sensíveis
Trazendo o arqueiro
Cupido que espera
Ao que desdobra
Será a prova
Com beijos fulgazes
Apanhando todo
Gosto do amante
Disposto apenas
A lhe tirar as penas
Que despida
Será a cintilante cena
Do ardor mágico
Castanhas abertas
Minha louca metade
Ascena p’ro que visto
Como o risco de
Ser a vulgar meretriz
Que a esquinas
Pouca importa
Quero a vassidão dele
Querida em mim
Mentirei sobre o
Perfume amargo
Da espera
Que o vago tapete
Enfeitado
Relembra minha língua
Na doçura
De uma fruta comida
Feito ele
Os abraços-presentes
Que o laço descente
De nó simples
Recorda o sol crescente
Numa lua vibrante
Que nasce assim
Quando chegas
E se entrega
Nos adoramos na macega
Deixamos o silencio
P’ra dormir depois
Do amor.