sementes estéreis
hoje eu choro em silêncio
pois se o vento sopra
a dor reaparece
como um coro de vozes
pertinentes e retintas
e habito os desertos ocos e causticantes
e em delírios me debruço com a alma nua,
crua
e mirando o infinito
como gota de orvalho
que cai suave
e lentamente
na penitencia de si mesmo
na ausência descolorida
e dolorida
de sementes estéreis