Banheira de Maçãs

Um olhar triste e convidativo

baixo, quase escondido

feito para seduzir.

São como duas luas,

com ar melancólico.

Me chama aos gritos,

pede que lhe faça rei.

Foram aquelas roupas que esqueci,

as culpadas por lhe ver

Deitado e desnudo, em um sono bom.

Fui transportado ao sussurro e ao peso do seu corpo em mim.

Não é noite ainda,

o tempo não serve para nada quando se esta prestes a morrer.

Aquele quadro não foi posto ali por acaso,

cobre a imagem do Santo,

que de forma alguma aceitaria presenciar esse reencontro.

Seria belo demais até para ele.

Envolve cada pedaço de carne,

carrega cada lágrima,

irrita a pele e quase derruba o copo,

a lembrança de sua presença nunca me abandonou.

A preguiça dos seus olhos me encanta,

Será pecado tanta beleza ao acordar?

É divino ver cada movimento envolto aos lençóis.

Esquece do mundo lá fora,

agora o que importa é essa banheira de maçãs,

seus passos em minha direção e o sol que insiste em entrar no quarto.