FAIXA DE GAZA...
Num Facho, sentimentos obscuros
Num feixe, escuras luzes, céu descia
Nos Fixos pensamentos imaturos
É fosca a luz na mente que irradia...
E fuscos são, na faixa, os seus dias...
Na Faixa estreita onde sem perdão
Encaixa horror e, desencaixa o amor...
As baixas devastando tudo então
Nas taxas altas feitas só de dor...
Enfaixam corpos de qualquer idade
Despacham mortos-vivos, recém-natos
Embaixo ficam sem dignidade
Os vãos que pensam, sem mudar seus atos...
Faixa que a gente sempre vê distante
Faixa escrita em sangue pelo mundo
Faixa de terra, morre ofegante
Faixa rasgada, pelos réus segundos...
Goza o terror por sobre o corpo morto
Asa de um anjo cobre hora à hora...
Gozo somente aos servos do conforto
"Gaza", tua faixa, aguarda nova aurora...
E eu enfaixo a indignidade humana em meu silêncio...
Autor: André Pinheiro
12/08/2014
Poesia publicada na Câmara Brasileira de Jovens escritores - Antologia 117 - Livro publicado em novembro de 2014.