O MISTÉRIO DA OUTRA

Uma senhora

Tão dama
Que o vasto comum
Dos desejos
Clama pelo cetro
Nevado
Do homem de uniforme
De amante
Mal posse que avante
Verás então um anjo
Amando o encontro
Tardio
O frio lamento
Que o cinzento poder
Abriga alvos
Vazios de amor
P’ro calor
Sossegado de um infinito
Que é tão bonito
Visto do interior
Ela então faminta
Reluz anfíbia
Quando perto de outro
Incerto que a pega
Sem tocar
Faz amar sozinha
Escorre  lágrimas
Que lástimas irão
Negar a masmorra
Que a vitima
Deixa um beijo
De batom no espelho
Alheio
Que sábio verás
Seu anseio
Por desfazer as trancas
De suas portas
Amar-lhe as ancas
Que a revolta
Entre consolos
De brinquedo
Foi brincar com o medo
Era um dragão
De cor morena
Cabelos que o fogo
Queima ao vê-los
Como mãos
Na caricia de pêlos
Deitá-la no porão
Que os apegos
Da solidão observam
Por um suspiro da voz
Tão doce
Como a precoce moça
Violada
Por um bem querer
Tem nos lençois
O que sempre procurou...
O desepero em luto
Depois da morte
Do vulto
Que a deixava
Ali mesmo se entregou
Retirou o véu
Da mortalha
Pediu a frente da batalha
Para que todas
As espadas
Fossem o fim
por ela amadas.