A CRÔNICA DO CASO MALUCO


 
As estradas pedem
Mais do que um carro
A tres ou quatro parados
Farois apagados
Um claro visível
Ao longe
Será que o morto
Está na esquina
Fingindo
Que a história é sua?
Meu bem venha
Vamos caminhar
Deixe o que trouxemos
Pra lá
A floresta é mágica
Há sempre alguém
Querendo atravessar
As pontes
Visitamos as fontes
De águas que emanam
Perfumes
Tragamos o mato
Capim ressecado
Que fumas de onde vem
Não sei
Vamos até lá ver
São eles alegres
Entre aqueles com
Um violão faceiro
Um pandeiro
Chocalhos
Um canto de pássaros
Tocado por um místico
Pintado com olhos
Negros
A pele branca
Fantasia franca
Querendo o poder
Que nunca é ter
Abre uma fenda
No obscuro
Que atenta futuro
da divindade terrena
sobre a fogueira acesa
que pula num circulo
estrelado
onde cada ponta
é um faz-de-conta amado
vamos ficar
o bronzeio do calor
nos torna de novo
senhor do possível
aquela visão atortoada
deixada n’outra
voz calada do absurdo
fica num termo mudo
cabe a nós sorrir
do que punir nossa
aventura.