O ANEL DE FERRO
 
A verdade é estúpida
O amor não me diz nada
Quando há outra razão
Pra que a dor
Provoque você
Em sonhos molhados
Que não de paixão
Sofre minha inteira
Face acordada
Num verão
Que a cortina se abre
E me diz
Que o feliz
Tem desatinos
Desata nós
No destino
Causado por culpa nossa
Ainda que possa
Nunca ouvir
Meu sopro que
Chega sem voz
Aonde estás
Saiba que minha paz
Não tem lugar aqui
Ocupo os vazios
E os cheios de mim
Que como um vaso
Regado
De flores de plástico
Se mantém vivo
Na esperança
Viúva rezada
Aos pés do que não alcança
Mas se planta ali
De tarde consolo
A vontade com  coisas
E as supérfulas tolas
Que me vêem
Como madrinha da arte
Do infeliz
Ao que diz
Repetinamente
Serás doente
Se o porvir
Rebuscar te ouvir
Na falta dele
Saio pra o redor
Da árvores
Num bosque ao lado
Que me fala
Mais alto
Do que todos os alados
Que me querer
Irmã de qualquer acaso.