senda incansável
tua senda eu entro incansável
deito-me sobre teu corpo
lugar de guerra e solidão
e no centro de teu ser,
vivo e aberto, eu acendo minha
fogueira
não há tempo para dúvidas, meus
olhos e minhas mãos são quem
melhor te conhece, desço profundo
ao bosque secreto, paraíso de ninfas,
sôfregas resistências a nossa intimidade,
e na confluência de dois seres que se
querem, somos rios, somos pedras,
mas também somos lamas, musgos
e cansaço, e nos arriscamos no abismo
que nos chama, e não lembramos de
mais nada, somente do fogo que nos declama.