senda incansável

tua senda eu entro incansável

deito-me sobre teu corpo

lugar de guerra e solidão

e no centro de teu ser,

vivo e aberto, eu acendo minha

fogueira

não há tempo para dúvidas, meus

olhos e minhas mãos são quem

melhor te conhece, desço profundo

ao bosque secreto, paraíso de ninfas,

sôfregas resistências a nossa intimidade,

e na confluência de dois seres que se

querem, somos rios, somos pedras,

mas também somos lamas, musgos

e cansaço, e nos arriscamos no abismo

que nos chama, e não lembramos de

mais nada, somente do fogo que nos declama.

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 19/08/2014
Código do texto: T4929063
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