FUGINDO

A boca da noite já não fala,

Geme em dores de parto do dia

E eu entretendo as horas de agonia,

Enquanto a luz não se espalha.

Lá fora a alegria chora;

Desencantada com o tempo:

Esse velho bruxo cinzento,

Que inevitavelmente nos devora.

Vem! Vamos ao bom vento secar nossas almas!

Vamos reescrever nossa história!

Adotaremos como filha, a glória!

Plantaremos a paz e o bem e colheremos a calma!

Lá fora se anuncia a solidão ;

Em choro e ranger de dentes,

Será o passado descontente,

Com o nascer da nova ilusão?

Agora sangra a madrugada;

Os primeiros raios de sol,

Nas dores do novo arrebol,

Mas é tarde, já sumimos pela estrada.