Falando de um grande amor

Ao chegar naquela Terra

onde foi o meu primeiro berço

metade de minhas lembranças se encerra

pois daquele paraíso

já não há nem mais um terço.

Aí então quase chorando

percorri os meus olhos pela natureza

aonde todo dia feliz cavalgando

me embriagava com a sua beleza.

Dei as costa pro meu Sertão

e sai dali em disparada

por descobrir que em meu coração

as lembranças são resquícios de um nada.

Sem saber porque ali voltei

enxugava o meu rosto para disfarçar

pois o bonito que um dia deixei

hoje estava feio me fazendo chorar.

Hoje vivendo aqui na cidade

de olhos fechados eu curto a minha paixão

por saber que a grande felicidade

são as lembranças que moram no meu coração.

Lembranças que quando eu morrer

levarei comigo para o além

mas enquanto aqui eu viver

não as quero mais dividir com ninguém.

Essa era para ser uma poesia

falando de um grande amor

mas não passa de mera fantasia

que me encheu de muita dor.

Mas ainda tenho leve esperança

de poder um dia bem alto gritar

que no lugar onde fui uma alegre criança

apareceu alguém para o salvar.

ChangCheng
Enviado por ChangCheng em 18/08/2014
Reeditado em 18/08/2014
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