Falando de um grande amor
Ao chegar naquela Terra
onde foi o meu primeiro berço
metade de minhas lembranças se encerra
pois daquele paraíso
já não há nem mais um terço.
Aí então quase chorando
percorri os meus olhos pela natureza
aonde todo dia feliz cavalgando
me embriagava com a sua beleza.
Dei as costa pro meu Sertão
e sai dali em disparada
por descobrir que em meu coração
as lembranças são resquícios de um nada.
Sem saber porque ali voltei
enxugava o meu rosto para disfarçar
pois o bonito que um dia deixei
hoje estava feio me fazendo chorar.
Hoje vivendo aqui na cidade
de olhos fechados eu curto a minha paixão
por saber que a grande felicidade
são as lembranças que moram no meu coração.
Lembranças que quando eu morrer
levarei comigo para o além
mas enquanto aqui eu viver
não as quero mais dividir com ninguém.
Essa era para ser uma poesia
falando de um grande amor
mas não passa de mera fantasia
que me encheu de muita dor.
Mas ainda tenho leve esperança
de poder um dia bem alto gritar
que no lugar onde fui uma alegre criança
apareceu alguém para o salvar.