Dois cabras valentes
Sujeito tu assunte
O causo que eu vou contar
De dois cabras valentes
Daqueles de arrepiar
Que tinha a triste fama
De toda festa acabar
Um era Raimundin
E o outro Ribamar
E veja a coincidência
Dessas de lascar
Os dois resolveram
Que queriam dançar
E foram a uma festa
Justo no mesmo lugar
E nem um dos dois sabia
Que o outro ai pra Lá
A festa tava animada
Todo mundo dançando
Quando chegou Ritinha
Filha do Herculano
Foi só entrar na festa
Que todos ficaram olhando
Pois a bela donzela
Tinha sido escolhida
A rainha naquele ano
Ai os dois valentes
Tiveram o mesmo plano
Dançar com a Ritinha
Naquele instante do ano
Raimundin saiu correndo
Com a moça queria dançar
Do outro lado chegou
Também o Ribamar
Ritinha ficou no meio
Sem saber com quem dançar
Pois não enjeitava convite
Bastava lhe convidar
Raimundin pegou num braço
Ribamar no outro garrou
Ritinha vendo o perigo
Logo se adiantou
Disse... Danço com os dois
E pro salão carregou
Raimundin na frete
Ribamar na sua costa ficou
Sairão fazendo triagem
Nos quatro cantos da festa
Ritinha toda orgulhosa
Alegria escrita na testa
E só se ouvia o cochicho
Essa brincadeira não presta
Ritinha naquele instante
Do meio dos dois saiu
Deixou os cabras dançando
No meio do salão vazio
E eles ali humilhados
Coisa que nunca se viu
Causou grande espanto
A todos que estavam olhando
Justo naquele instante
No meio do abandono
Foram embora da festa
Sem causar nem um dano
E nunca mais se soube
Que rumo os cabras tomou
E Ritinha ficou com a fama
Que dois valentes desterrou