ESTE CHÃO!
Este chão acabrunhado
É o berço do meu fado
A terra onde eu nasci!
É o chão que piso agora
É onde minh`alma chora
Onde minha boca sorri!
Este chão onde há calor
Que eu carrego com Amor
Sente tristeza e alegria.
Está “vestido” de fadiga
Dos velhos tempos de espiga
Só que transpira…poesia!
Este chão em que os poetas
Por palavras indiscretas
Falam em laivos de saudade.
Se a pátria está ressequida
Aqui mesmo ainda há vida
Mas vida…sem dignidade!
Este chão de pouca água
De martírios e de mágoa
De gentes a trabalhar duro.
É o chão que tanto amo
E para o qual reclamo
Melhorias…no futuro!
Este chão assim escaldante
Onde a lua é mais brilhante
Quando vem beijar a planura.
Tem aves nos seus trinados
Pastores guardando seus gados
E nas casas...a brancura!
Neste chão que me dá prazer
Nele eu quero morrer
Por eterna gratidão.
É a rima pró meu verso
Onde está meu sonho imerso
Preso a estranha solidão!
Este chão pouco se expande
Mostra em mim uma ânsia grande
Transporta em mim um desejo!
Faz-se poema- canção
Mora no meu coração
E tem por nome…ALENTEJO!