Poema das oito chaves*
Quando nasci, um anjo esperto
desses que escolhem a quem ajudar
disse: "Vai ser Gente na vida. Mas terá que se esforçar!"
O tempo passa
A vida voa
O espaço espera
A música do coração ressoa
Há vida além da vida?
Há vida além da dívida?
Há espaço para todos, para tudo?
A aura benjaminiana
Deve esperar nalgum canto do Tempo --
Longe tão perto
que não se possa acreditar
que o sol da vida, ainda que breve, continue a brilhar
Senhor Tempo, por que foges tanto de nós?
Vem, dá um tempinho; sente-se.
Queremos muito ouvir tua Voz
O vento da mudança há de presentear
Aqueles que semeiam esperanças
Aonde quer que vão
Mas antes eu preciso dizer-vos
Que essa vida
Esse céu nocturnico
Prometem sonhos de tempos imemoráveis
NOTA
* A todos meus alunos das 8as. G, H e I (EMEB Estância Hidromineral de Poá, SP). Ao Drummond. À Adélia Prado (Princesa Mineira da doce voz). E a ti, que leu e aprovou. E a quem se sentir homenageado, tocado, lembrado, pelo presente poema. É de coração -- eu juro.