ERA UMA VEZ (um poema de IVONE MARIA ROCHA GARCIA)
Ivone (Ivoninha)
Querida,
geralmente durmo tarde e, nesta madrugada, estava fazendo frio e fiquei vendo as novidades na Rede, utilizando um celular. Então, passei também pela Escrivaninha do Recanto das Letras. Foi nesse momento que tive a grata felicidade de ler seus comentários e o seu poema que conversa com o meu Entre os fios do cabelo. Meu Deus, que emoção diferente, nova e impressionante eu senti. Quando você diz “Deus te abençoe por todo sempre, Tânia”, tantos sentimentos me invadiram e pronunciei a sua frase, dizendo o seu nome. Pois é, Ivone, minha admirável escritora, poeta, advogada e mulher da mais alta fineza e dignidade, eu sempre tenho o pensamento de que algo fiz de bom, que nem sei o que é, para merecer tudo isto que você e também outros me dizem ou me demonstram.
Lendo os seus versos, essa sensação se avoluma, pois, há tanta inspiração, revelação e beleza poética em seu poema! E ainda você sentiu e produziu esta bela peça poética ao ler o poema que escrevi e que aqui recoloco junto ao seu. Que graça e que magnífico presente.
Tenho dito sempre, Ivone, que presente melhor não existe do que a poesia. Seu poema ficará gravado em mim. Ele faz parte da minha alma, ele me traduz o âmago. Que divino presente, Ivone!
ERA UMA VEZ... (um poema de IVONE MARIA ROCHA GARCIA)
Presas, solenes e paramentadas
Madeixas entreolham-se cabisbaixas
A vida inteira que poderia ser...
E os nós esperando desates
Solertes colibris alçam voos
E em seus passeios comandados pelo desejo
Auscultam o coração da terra...
Aspiram a fragrância do porvir
Inebriados, sôfregos e lascivos beijam as flores
E assim levam o néctar para os olhos seus
E nossos destinos enfim se cruzam
Ao som da orquestra da vida
Nossos gemidos enfeitiçam o cupido
E o espelho d 'água faceiro denuncia
Flagrantes e passionais momentos...
Lágrimas doces, escarlates laivos e cabeleiras agitadas se enlaçando!
***
Entre os fios do cabelo (Tânia Meneses)
Os dedos de um bem querer são longos
Longos dedos
Dedos capazes de acariciar feras criaturas
Longos como noites escuras
Os dedos de um bem querer se alongam entre os fios do cabelo
Enredam-se nos cachos
Longos dedos
Nós e laços
Os dedos de um bem querer cavam o fundo do mar
Descortinam segredos
Mas, quando os prendem nas conchas da mão
Os dedos do bem querer sentem medos
taniameneses
Enviado por taniameneses em 11/08/2014
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