Utopia do Desejo
Da incerteza entrelaçando passos,
Desejo... Direis que é ilusão!
Dos homens com seus fracassos
Deslumbre de um coração.
Depois de um amor devasso
Debruçado na mais pura emoção.
Eu quero crer na possibilidade
E compreender assaz o mundo,
Esperar do amor a felicidade
Ensejar a paz do amor profundo.
Esquecer o caos das inverdades
E o obscuro manto dele oriundo.
Semear o trigo e o pão na mesa
Saborear quimeras sem fim
Sentir na pele a delicadeza
Suportar as dores todas em mim.
Solfejar as melodias da mãe natureza
Sorrir para a vida e viver enfim!
Eu quero a busca incessante, coerente
Em que se esvai os nossos descaminhos
E não deixar de me fazer contente
Enquanto existir um fio de carinho,
E, que na troca que se pressente
Eu e tu sejamos flores, sem espinhos!
Jogar fora os defeitos, conceitos
Juntar a lua em sua forma nua,
Já não me bastam dias perfeitos
Já desconheço minha rua.
Jovial fenda d'onde espia meu peito
Janela aberta de uma liberdade crua.
Oh!!! Desejo, que não estanca n'alma
Oh!!! Vontade, que não esmorece,
Oh!!! Amor, me inunda e acalma
O teu destino me enobrece.
O tempo de tua mão é a palma
O vento sussurra minha prece!