prisioneiro
Ainda estão nas
Paredes o gosto
Do cadeado, o desgaste
Do esforço e o desgosto
De ter ficado preso e a
marca do pesadelo
Que me prendia os
Punhos com nó, que,
Certamente invisível,
Nem por isso, menos
Real, menos espesso,
Menos tenebroso,
Meu pescoço enforcado,
Meu corpo em sua
Fraqueza, todo tomado;
Quase não respirava,
Tudo que a vida precisa,
Muito se faltava,
Não me pergunte como
Sair, que fenda eu atravessei
Que paredes rompi, que
Rios atravessei, não sei,
De tanto escapar, uma
Coisa eu tenho certeza,
Essa liberdade, esse lugar
Se mostrará outra prisão;