prisioneiro

Ainda estão nas

Paredes o gosto

Do cadeado, o desgaste

Do esforço e o desgosto

De ter ficado preso e a

marca do pesadelo

Que me prendia os

Punhos com nó, que,

Certamente invisível,

Nem por isso, menos

Real, menos espesso,

Menos tenebroso,

Meu pescoço enforcado,

Meu corpo em sua

Fraqueza, todo tomado;

Quase não respirava,

Tudo que a vida precisa,

Muito se faltava,

Não me pergunte como

Sair, que fenda eu atravessei

Que paredes rompi, que

Rios atravessei, não sei,

De tanto escapar, uma

Coisa eu tenho certeza,

Essa liberdade, esse lugar

Se mostrará outra prisão;

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 15/08/2014
Código do texto: T4923913
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