Folhetim
Sinto o tempo quebrado,
minha alma partida, o meu céu nublado.
Já não tem o brilho de outrora,
derramo passadas ao vento
talvez ele me traga algo de novo
no retorno de meu pensamento.
Há frestas de luz em meu olhar
ao alcance das Estrelas
que ainda restam...
e no plantio desta solidão
seu brilho hei-de colher...
os sois que me emprestam
os fios de Esperança
que não quero perder...!
Volteio jornais, sugo palavras
de sabor amargo de fel.
Já não há pétalas perfumadas
só rosas caídas pelo chão...
Transformadas em dores ...
onde estão as flores do Paraíso?
E aquele sorriso, que alonga a vida?
perdeu-se o siso naquela intriga...
calou-se a voz num eterno silêncio!
Virando a página ...
procura-se um anjo!
Sonhos esparramados na dor.
Num etéreo momento de luz ...
Clamam o nome de Jesus ...
Na viva chama do Amor ...
Divago sobre esta teia
num emaranhado silencioso
revolto a ideia, sem ver o fim.
Resta espreguiçar-me e sonhar
que tudo não passa de um Folhetim!
Maio_2007
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