Nervos de aço
Faço de conta que conta faço
Daquilo que não faço conta
E nesse fazer de conta faço e desfaço
Refaço conta da conta que faço
E vejo que a conta que refaço
É menos certa do que a conta que faço
Da qual não faço conta
Nem do resultado do que faço e desfaço
Pois daquilo que faço de conta que conta faço
Nunca gostei e por isto
Faço e desfaço
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Quando os versos conclamam outros versos, acontece uma emoção diferenciada e que só poetas têm o privilégio de sentir. A participação do poeta Hermílio Pinheiro enobrece esta página:
É assim também que faço
Daquilo de que abuso
Descarto-o depois que uso
E jogo fora o bagaço.