Mar Vermelho
Na noite escura e fria ,densa neblina cobria a cidade dourada
Lá longe o vento uivava desesperado.
Sombras,desterro ,solidão ,desolação ,caos
Vozes cortantes,distantes ,gélidas ,cruéis e profanas
Cortavam a noite desesperada e sombria
Lua cheia de ódio,
Calafrios ,
Tormenta ,
Alucinação
Lá dentro o vazio ,
Lá fora a treva !
Triste noite sem rosto ,marcada pelo desgosto,
Sacudida pelo medo ,
Guiada pelo desespero ,
Atormentada pela dor sem fim do terror,
Precisava falar nada?
Dava para ouvir as inocentes vozes perdidas ?
Longa noite dos desesperados ,
Maldita sentinela dos carrascos,
Intrépida voz da desgraça ,
Desespero dos aflitos,
Cruel noite do terror implacável...
Cruel noite do terror impiedoso,
Gerada pelas poderosas serpentes de calças
Para ser lançada nos inocentes alvos.
A cidade outrora dourada
Hoje se faz escarlate ,pelo sangue jorrado dos cordeiros imolados !
Triste terra seca ,torrão inclemente ,
Maldita faixa de vida ,
Maldita vida de dor ,
Maldita herança do terror!
Até quando ,ó terra funesta
Implantará você o terror?
Cidade outrora dourada,
Hoje rubra rosa parece !
Seus filhos gritam de dor ,a dor surda do terror...
Seus filhos sangram por dentro ,
Seus sangues a terra devora ,
Seus gritos aqui são ouvidos ,
Seus soluços não são abafados...
Na negra e longa noite dos desesperados ,a mais cruel batalha é travada
Orquestrada pelas serpentes de calças...
Na noite fria e densa ,o terror se faz presente,
Ceifando os filhos da terra ,
Matando os filhos dos homens,
Ferem as crianças de ontem,
Morrem os adultos de hoje,
Choram as mães de sempre ,pobres mulheres doentes
Mutiladas pela dor ,despedaçadas pelo horror...
Antes era o fim com terror,
Agora é o terror sem fim...
Rubras cascatas de sangue molham a areia e
Formam um mar vermelho de pavor infindável !