Ciclos

Teu sorriso volátil,

Passeia no vésperal outono dos meus dias.

Fascina meus recônditos sonhos,

E se vai...

Com o vento que passa.

Depois do feitiço lançado,

Se esvai intacto, sem culpas,

Esfarelando meus sonhos.

Mergulho, num mundo de pesadelos cruciais!

Num intervalo de memória,

Registro os ciclos da lua,

E comparo, aos humores dos meus dias...

Diversifico meus gestos, de acordo com a deusa da noite.

Sinto, os horrores dos meus medos.

Vejo teu sorriso indo no vento...

Enamorando as damas da noite,

Atiçando a libido, dos pensamentos.

Mergulhando meus sonhos, na lama.

Transcendendo minha vontade de viver!

Renovando meu desejo de morte.

Pois, o infinito não pode chegar,

Ao horizonte de minha liberdade.

E nesse desencontro fatal,

Minha alma adoece...

Me torno mórbida,

Distante do meu vésperal outono,

Do meu mundo de sonhos...

Passa o tempo e a dor faz morada.

Mais o lamento, como todo sentimento,

Como já disse o poeta: "...é eterno enquanto dure"

Expulsei meus soluços,

Enxuguei minhas lágrimas e sorrir.

Para mais uma vez te ver passar,

Brincando com a vida...zombando de mim.

Observadora
Enviado por Observadora em 10/09/2005
Reeditado em 03/09/2006
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