INSEGURANÇA II
Sei que pode parecer fraqueza,
mas sempre precisei de um pouco de atenção.
Não entendo o mundo,
as coisas,
as pessoas.
Porque me fazem chorar querendo que eu aceite o inaceitável?
Porque eu tenho que ser perfeita se ninguém é?
Eu nunca tive um lugar pra chegar,
nada deteve meu olhar até hoje.
É que não passei ainda por nada interessante.
As pessoas são interessantes,
mas são rotineiramente interessantes,
não me detêm mais.
Só quando me derrubam,
isso acontece com frequência.
Nas praias saúdo o vento,
o mar,
o céu.
No deserto tem pessoas que são parte da paisagem,
não vou parar por elas.
Nos campos e cerrados tem gente se escondendo de si mesmas,
porque vou achá-las?
Não posso perder tempo,
ainda não vi o que sempre quis,
É bem vago não ser,
mas às vezes é só isso que se tem.
É necessário querer,
e não ser é a essência de ir mais além.
É bem pouco querer,
mas às vezes é só o que resta.
Não vendo sonhos,
não compro ventos,
não dou ideias,
não sopro canções.
Vivo de ouvir,
mas não ouço o que preciso.
Estranho, mas preciso de um pouco de carinho...