INSEGURANÇA
Sou uma mistura de mim mesma com alguém que quer me conhecer.
Sou escrava da minha liberdade que me impulsiona
para vários caminhos.
Mas nenhum deles é seguro,
não sei o fim de nenhum deles,
tenho que escolher sem conhecer
Sou do tempo,
mas o tempo é impiedoso,
passa e me deixa,
passa e me marca,
passa e se afasta.
Afasta meus ideais,
que são tão insolentes,
nem me esperam.
Nascem de mim e toma forma,
ganham vida e vão viver em outro lugar.
Vão com o tempo.
Quando eu acho que estou montando o quebra cabeças,
vem um menino maldoso e interrompe minha brincadeira,
espalha as peças.
E até some peças...
Eu choro então por tempo indeterminado.
O tempo tem mais essa maldade,
é indeterminado.
É infiel,
intempestivo,
inescrupuloso,
sorrateiro,
arrogante.
Não sei o que tem atrás da porta e dá medo de abrir pra olhar.
Dá medo de tentar,
falar é complicado,
dá medo de errar.
Andar é complicado,
dá medo de cair.
Cantar é sintonia certa,
mas não tenho uma canção,
não sei a canção da multidão,
estou só na multidão.
O tempo,
esses antigo conhecido,
bem podia ajudar,
mas se diz imparcial e passa...