NADA DO NADA

Vivo em cada morte

e ressuscito em cada vida!

Sonho sonhando o que o sonho me diz

e sei não sabendo nada!

Cada vida é um rio que passa,

como cada morte é uma voz que se cala;

o sonho éa veia que estanca

e o saber é a virtude do nada!

E por saber que não sei nada

é que me calo no sono do sonho,

fotografando apenas a palavra apenas

na paisagem das flores, jardins e florestas...

Como um rio, choro...

Como a noite, sinto frio...

Sinto frio do calor

que me eleva ao amor...

E na cascata me estrangulo

e o sal da água engulo...

Passo, vejo, sinto...

A sensação de o nada sentir!

Quero apenas nada querer,

e não querer e tudo saber...

Nada sei do nada

do que vem a ser o querer...

Sinto porque não sinto

e por nada sentir é que sinto!

Sinto o nada, o vazio, o escuro...

Não sinto a vida pois é morta!

Não saber nada do nada

é, antes de tudo, tudo saber!

E o nada querer do nada

é do nada sentir o querer!

A vida passa

nos meus olhos que apenas fotografam...

E por nada sentir nem fazer, apenas passar,

é que nada do nada sei!

carline
Enviado por carline em 13/08/2014
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