Levando a alma da gente
há momentos que
na alma da gente
as paredes oram em silencio,
as janelas fogem das cortinas
e o vento tem braços quebrados
há momentos,
que não dizem por que vem,
a solidão
há secura sem sede
e fome sem ilusão
há momentos
que o pensamento
só quer trazer dos longínquos montes
uivos melancólicos de abandonos
para suprir a falta que faz um apito
quando o navio vai sumindo
devagarzinho na última linha do mar
há momentos,
que o delta de um rio
é quem chora...