BARCO DE PAPEL - BALANÇO

BARCO DE PAPEL - BALANÇO

Às vezes me sinto como vendo tudo assim

Como sendo a primeira vez que vejo tudo,

Vejo o sol queimando a pele da cara pálida,

Sinto a gota de chuva gelada caindo na pele.

Nesse momento estou num barco de papel,

Descendo numa enxurrada e desmanchando,

Lentamente... Desmanchando e enroscando.

Nunca fui bom como sendo um ser humano,

Acho que nasci para ser um lobisomem, talvez,

Mas estes só existem nas fantasias, talvez...

Vejo o mundo afundando a inércia do justo,

No politicamente correto do bom menino,

Assim o inferno vai acumulando bons sem ações.

O barco de papel está todo manchado de lama,

No balanço da vida eu subo e desço e subo,

Se parar de balançar as pernas eu irei parar...

Lentamente irei estagnar... Sem sonhos...

O barco se desfaz e vai para o bueiro escuro,

Resta-me gritar no frio da barriga do balanço,

Resta gritar para os bons acordar e reclamar,

Fazer como Jesus no templo e gritar ao mundo,

O pior pecado é a inércia do bom que conhece...

O barco virou lama, mas agora brinco de balanço.

André Zanarella 31-12-2013

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 13/08/2014
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