Poema de Cinco Faces

Café quente na garrafa, no peito

Fumaça alva que sai do preto

Calo na mão roçando o copo

Na chegada do leite, o dueto

O carro escondido no meio do mato

Pode ter um significado vasto

Mas algo me cheira o anúncio

Do que foi, já não é mais casto

Os lixeiros cantam suas rimas

Ao jogar dos sacos que vão

Quando não, fazem maratonas

Perseguem afoitos, o caminhão

Quando o dia cai muito tarde

Logo cedo aflora o inverno

Soprando arrepios e folhas

Aquecendo o lado fraterno

Quando falam que sou ‘de lua’

Das estrelas do céu aberto

Quem lhes dirá o contrário?

Somente um maluco, decerto

Ricco Salles
Enviado por Ricco Salles em 12/08/2014
Código do texto: T4919597
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