Fortunas
Costumava escrever sobre turbulências
tais que não cabiam mais
Mas se o vulcão grita "desistência"
escrevo hoje ou nunca mais?
Se o corpo já não tem tanta resistência,
não se iguala a tantos mais
Mas se acalmam as carências
se lembra dos ideais
Volto o corpo com a mesma impotência
e as sonolências das vidas reais
Não faço rimas com consistência,
não rimas fodas, como aquelas tais
Mas me mantenho firme, com coerência
sempre acertando que o sincero acaba por valer mais.