HUMANIDADE
A humanidade prega o ideal,
eu prego o nada...
A humanidade prega o social,
eu prego o não estabelecido...
A humanidade pretende o tudo
e eu pretendo somente o nada...
Não quero nada, nada do tudo...
Eu prego apenas o sentir...
Todos são alguma coisa:
Heróis, famosos, virtuosos...
Eu não sou absolutamente nada,
sou apenas o que sou...
Meus pés carregam meu corpo
por qualquer esquina de um lugar
onde não exista humanos,
esses falsos humanos ideais...
Não tenho certeza alguma...
Vivo na incerteza de um caminho incerto
atalhado pelo corte da carne
que estilhaça a minha alma...
Não prego absolutamente nada
porque não sou nada...
Não busco sucesso, glória...
Ando a procura de mim mesma...
A humanidade humana que engula
o seu ideal certo com certeza...
Meu caminho é outro...
Meu caminho éa minha busca!
Minha busca do que sou
e também do que não sou...
Forma e conteúdo num só momento
que se acoplam dentro do sentimento...
Quero chegar ao nada
longe do tudo humano...
Só, solidão, vazio...
Um lugar habitado pelo nada...
Eco de voz do homem
que perdeu a glória do querer...
Andarilho da vida...
Flagelado da busca de mim...