Nauta
No dulçor dos passos teus
A subjetividade se dissolve
Como algo isento de saber.
Teu corpo em açude se faz
Para acolher os lábios do desejo,
Composto de início, mas vazio de fim.
Como o azul dos ares e dos mares
É a pele na qual te envolves:
O perto e o distante em harmonia.
Na espessura de tua boca
Residem os maiores mistérios
Criados pelo Autor da Existência.
Por isso quero perscrutar-te
No vigor dos dias meus
Até o último suspiro nos separar.