o vazio e o nada
Posso despejar aqui no papel,
palavras que te mostrarão,
o gosto amargo do fel,
enquanto aperto com a mão,
em um triste conto de cordel,
as gotas do sangue do meu coração.
Às vezes perco o sentido,
estou caminhando na escuridão,
a dor é a roupa que estou vestindo,
um enorme vazio é a direção.
Pego um ônibus pro nada,
minha alma paga a passagem,
estrada dura e gelada,
me diga pra onde é essa viagem.
Pra que me apegar a alguém?,
se o sofrer não me abandona,
querer e ficar com o bem,
mas o mal é que me domina,
pensar e o pesar também,
tudo se confunde em minha vida.