F E L I N A
 
Manequim disposto
A sair da vitrine
Esgrima de corpo
Ela mede um pouco
Pede um táxi
Abre a porta
tudo amostra
bem disposta
recém vou começar
Desce nas estandes
Entre amantes
Vestidos p’ro clima
Ela festa de cima
A baixo
Se olhar pra cima
Não verá nada
Ela tem as entradas
Mas não tem ninguém
Nenhum refém
Apenas azuis
Cintilantes
Boca fumante
Te puxa p’ro fogo
Inferno do jogo
Viuva negra
Tão branca
Só quer a fama
Depois de amanhecer
Barman querido
timidez me sirva
Toque sua música
A garrafa é um deleite
Seus dedos
Deixo marcas
De meus desejos
Fique agradecido
Sou a febre romântica
Involucro
Dos corações partidos
Arrisque um palpite
Com quem fico
Te digo
O inimigo me quer
Na morte dolorida
Sem roupa
Sem vida
Sufocada nas feridas
sempre abertas
A mesma que a luz
Acesa
Do brilho no espelho
Refletido na parede
Ficas vendo
Querendo se envolver
Se atire de pronto
Um encontro
Desperto
Com teu demônio
Quero ter
Deixe a vontade
As idades dos
Valentes
Morrem no meu prazer.