NÃO

Que não me venham dizer

o que devo fazer,

que não me venham mostrar

o caminho que devo traçar...

Que não comecem a pregar

e nem tão pouco insinuar

o que adere o social,

o que fala a moral...

Que não me digam nomes,

que nomes não me servem para nada;

que não me mostrem sobrenomes,

que sobrenomes se jogam no lixo...

Que não me venham

com esse papo de moral

que não acredito em moral,

nessa falsa moral, que não existe moral...

Que todos se danem

com suas sociabilidades,

com suas amistosidades,

com suas moralidades...

Que vivam e vivam mais

com suas máscaras,

suas hipócritas pomposidades,

suas nobres hierarquias...

Que me deixem em paz!

É o que peço, por favor!

Que quero sentir o amor,

que quero viver o calor...

Não me digam que caminho tomar

com seus status, com suas palavras,

com suas regras estabelecidas,

com seus rótulos hipocondríacos...

Que a falsa moral vá pro inferno!

Que o mundo é totalmente amoral,

que as pessoas são hipócritas

e dançam na música da aparência!

Quero mais é a liberdade

erótica e perversa

do desvirginamento do atalho

do raio de uma noite...

Não quero nomes,

não quero sobrenomes,

não quero sociais,

não quero genealogias...

Quero mais é viver

o meu próprio desconhecido,

o meu próprio atalho,

o meu próprio inexplorado...

Quero sentir os meus defeitos,

quero viver minhas anormalidades,

quero sangrar minhas feridas...

Necessito apenas viver!

Nada mais que viver

com toda a torrente do meu sofrer,

sendo eu mesma na minha paixão

numa girândola contínua de emoção!

carline
Enviado por carline em 10/08/2014
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