NÃO
Que não me venham dizer
o que devo fazer,
que não me venham mostrar
o caminho que devo traçar...
Que não comecem a pregar
e nem tão pouco insinuar
o que adere o social,
o que fala a moral...
Que não me digam nomes,
que nomes não me servem para nada;
que não me mostrem sobrenomes,
que sobrenomes se jogam no lixo...
Que não me venham
com esse papo de moral
que não acredito em moral,
nessa falsa moral, que não existe moral...
Que todos se danem
com suas sociabilidades,
com suas amistosidades,
com suas moralidades...
Que vivam e vivam mais
com suas máscaras,
suas hipócritas pomposidades,
suas nobres hierarquias...
Que me deixem em paz!
É o que peço, por favor!
Que quero sentir o amor,
que quero viver o calor...
Não me digam que caminho tomar
com seus status, com suas palavras,
com suas regras estabelecidas,
com seus rótulos hipocondríacos...
Que a falsa moral vá pro inferno!
Que o mundo é totalmente amoral,
que as pessoas são hipócritas
e dançam na música da aparência!
Quero mais é a liberdade
erótica e perversa
do desvirginamento do atalho
do raio de uma noite...
Não quero nomes,
não quero sobrenomes,
não quero sociais,
não quero genealogias...
Quero mais é viver
o meu próprio desconhecido,
o meu próprio atalho,
o meu próprio inexplorado...
Quero sentir os meus defeitos,
quero viver minhas anormalidades,
quero sangrar minhas feridas...
Necessito apenas viver!
Nada mais que viver
com toda a torrente do meu sofrer,
sendo eu mesma na minha paixão
numa girândola contínua de emoção!