De Vidraças e Metais
Quando voltar do frio norte
procuro o bondoso arquiteto
que posterga-me a última morte
No seu brilhar mais que infinito
sabe o núcleo de minha dor
e como poupar-me o grito
Ao seu poderio discreto
sempre disse nunca mais
na diletância do concreto
Mas no fundo se sabia
entre silêncios e óperas
do encontro que viria
Ele não constrói praças
nem pontes ou canais
Sequer um canto de jardim !
Mas troca minhas vidraças
pelos mais puros metais
me recriando forte assim
Cobrindo-me a alma de graças
E trazendo de volta - mais belos ! -
Os movimentos precisos de mim...
Claudia Gadini
09/09/05