mais imortal
O que serei eu
Se o chão que piso
Romper, se ao dizer
O que sou, amanhã
Logo, cedo, já se
Acabou, o tempo
Nos rasga e nos consome
E acende em frente
Nos acende na água
Que ferve, na solidão que
Perfura, no tédio que
Estrangula, e o fio que
Nos alimenta, ralo eletrodo
Que vem das bandas
De baixo, das pernas
Do chão, do mundo dos
Mortos, das cadelas de
Boca sedenta, do rosto
Que brilha no mesmo
Corpo que carrega dois
Seios entumecidos de vida
E nos afunda, nos imunda
E volto,
Depois da zombaria
Mais imortal