Tudo
Tudo o que tu és
E que em mim
Desdobra-se
São ruas ardentes
Tique-taques do tempo
Fragmentos de cidades
Rios que se abrem
Por entre o sal das marés
Em delírio.
Tudo o que tu és
E que de mim
Desdobra-se
É seio e saliva
Arquipélago
De corpos
Que se justificam
E fincam rugas
Que não se apagam
Na areia.
Tudo o que somos
De nós
Desdobra-se
Adentro em sóis
E Tingem de fios
Nossos rostos
Expostos
E nosso sexo
Amorfo.