TALVEZ UMA VEZ
Basta uma vez,
Uma só,
Tímida e inquieta,
Para que o amor burburinhe,
Saia do sótão,
Escancare portas e janelas.
Basta um olhar,
Um único suspiro,
O coração tremulento,
Para que o amor faça morada,
Transite por toda a casa,
Bagunce todos os cômodos.
Amor, contudo, é borboleta.
Calicromo voa, pousa, poliniza,
Tem vida curta.
Talvez uma vez,
Singular e única...
Eternidade breve.
Imagem: tela de Alfred Gockel