O Despir do Desejo

À ti, oferto a minha nudez

Entregando-a ao bailado das tuas mãos

Dispo-me dos anseios, dos delírios

Suspiram os olhares do teu desejo

Quando debruças tua saudade

Nos caminhos que se confessam teus

Entre os lençóis a fragrância do meu corpo

Perfuma a ansiedade do toque

As carícias outrora imaginadas

Espalham-se sem qualquer pudor

Revelam-se sussurrando teu nome

Porque antes de te saber

Minha pele era silêncio e solidão

Deixas-te guiar pelo aceno do meu frenesi

É o arrepio da minha pele tua rota

Tuas mãos colhem conchas de prazer

Enquanto transbordam minhas marés

Sorris-me também como mar apaziguado

Não falemos agora em quaisquer destinos

Faz-me inteira teu porto

Eterno retorno onde deságuas

Fernanda Guimarães

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Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 22/02/2005
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T4915