VERDEMAR DO DESEJO
Cinqüenta e cinco anos
e um assobio lacaio ao final da tarde.
O verão disse a que veio.
O sol deita-se sobre o mar.
Lá longe, num piscar de olhos,
nuvens tomam um mate de comadre.
De lambuja, lagarteio a esperança
e o sonho do dia seguinte.
Só não há peixes para quem
nunca soube dos soluços
do mar de esperas.
Na cabeça o (re) canto de amor,
a bicicleta arisca, sapeca
e o verdemar do desejo.
– Do livro OVO DE COLOMBO. Porto Alegre: Alcance, 2005, p. 37.
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