greve de fome
sinto
o céu de tua boca
quase sempre
a me acalmar
pois
algo me guia
sob o signo
da poesia
são lágrimas ao luar
caindo em melodia
em perfeita harmonia
apaziguando agonias
feito água
do mar
a negrada incendeia
larga flores
na areia
perturba
a linda sereia
nossa amiga
iemanjá
que
não faz greve de fome
nem sente saudade
só sente repulsa
das
engravatadas quimeras
que pregam bondade
iludindo idiotas
em santo grau de insanidade!
e então
desfaleço
esqueço
enlouqueço
quase sempre
adormeço
com as prostitutas
do
centro da cidade