A SOMBRA DE FAUNO
 
Dois braços estendidos
Entre ela
E um amigo
Querem cobri-la
De um vírus mortal
Que invade
Destrói e fere
Equilíbrio
Tentativa constante
De encobrir-se
De dama apenas
Quando o teatro
Dos vampiros
Está a solta
Sai a procura
De tudo que pode
importar
Pra dentro de si
o covarde que fugiu
foi a pé
até o templo
de todos ventos
o outro abortou
pensamentos
pelo mesmo membro
que segura entre
os dedos
segredo corrompido
expelido
numa esquina
entre ratos e mato
ela ainda úmida
despossuída
das másculas diabruras
foi ser aventura
do que mescla
adulto e infância
n’uma máscara de gárgula
orquestra da fábula
que ela vivia
se contorcia
agora vendo
que nunca esteve lá fora
sua roupa suada
era um crime consigo!