DE MINHA GENETICA
DE MINHA GENETICA
Escuto ecos de um passado distante,
Talvez a repetição seja um coração;
Coração extra o meu que me alimenta,
Passa os seus medos e suas angustias,
Quem sou eu e quem é esse ser?
Hoje sou andarilho largado sozinho,
Trago comigo duas cadeias de amigos,
Maldita cadeia de minha genética...
Nos meus genes sou apenas um largado,
Do meu forno veio meus sentimentos,
E os meus sentimentos são confusos,
Medos tão ampliados e gostos amaldiçoados.
Sinto-me perdido numa praça qualquer,
Dormindo num banco de abandonado,
Enrolado num cobertor imundo e rasgado.
Acordar com o sol nascendo é tão bom,
Andando pela rua sozinho e sendo mal olhado,
Mendigar por um trocado nas esquinas,
Tentar agradar por um pão com manteiga,
E na ponte da vida pensar em se suicidar.
Tudo ligado a meus amigos genes aqui,
Tento ser uma pessoa melhor e até amar,
Como fazer se o fardo genético pesa demais?
Busco a companhia de relâmpagos na noite,
Roubando um pouco de carinho e um amar,
Por que falam que sexo é fazer amor, por quê?
Droga maldita que é minha genética amiga,
Que me arrasta para o fundo do poço sem fim,
Como lutar por algo mais forte que a gente,
Basta apenas uma oração e continuar a tentar
André Zanarella 06-06-2013