O ALGOZ NA PORTA

É colocada
Sobre a mesa quadrada
Vista de cima
Tabuleiro sem peças
Peça agora de lado
Entre outras
Que entram
A serem envolvidas
Num jogo pérfido
Calçam luvas
Será que o que
Contam tem algum
Veneno
Sereno tragado
Que sai pelas narinas
Segura entre os dedos
Que os mesmos
Ficam a procura
das cartas marinas
De Odisseu
Ao inferno de Atlântida
Vejo nos olhos seus
Entre um gelo
Que derrete
A verbete do coringa
Distrai minha coragem
O perplexo te envolve
No reflexo
Lasers na sala escura
Se apagam
Deixam cinzas
Voam os ases
As copas os números
Nada contava
Que por baixo
Da mesa
Quadro revelado
Que os punhais
E as armas deixadas
Lá fora
Viriam receber
Tudo
No acúmulo da cândice
Que brincava na tolice
Vergada
De quem aposta
Sua alma!