A TRANSMUTAÇÃO



Descoberto” fenômeno
Sobre a sombra
De um pomar
De videiras retorcidas
As unhas da dama
Pingando um sangue
clorídrico
Que o abandono
Deu um sentido
Antigo
Ao novo trono
De um rei possuído
Parece um pássaro raro
A se despir
Voltar a volver
Outra vida
Um réptil sombrio
Desce sente um
Sangue que ferve
De medo
Sua presa na clausura
Pensou ainda
Ser cedo pra acordar
Dormira sobre
A festa das borboletas
Que rasam vôos
Parecendo
Avisá-lo
Tome cuidado
Quem veio
Não tarda receio
De morder qualquer vítima
Abre as portas
Da lûmina de fogo
Eis o dragão
Que agora faz
Do perdão
Olhos cegos
O destino aceito
Ele foi eleito
Pelo poder da força
Os contrários
Acendem
Candelabros
Nas cavernas escuras
A procura da miséria
Que resta
Tudo lá fora
É sol...
Tarde demais.