CHAMAS
Meu corpo se contorce
em meio a fogueira acesa,
onde meus cabelos chamuscam
e minhas entranhas queimam...
Estou ardendo como uma pagã
frequentadora de tabernas
embriagantes da esquina inebriante...
É como pagã que me entrego
e faço orgia do seu corpo
que me tem e me toma
dentro dos pensamentos da minha alma...
A fogueira arde cada vez mais intensa
e eu queimando inteira,
amarrada às calhas...
Só sobram meus olhos
que mesmo fechados
conseguem te enxergar...
Meus olhos são minha alma
que não fenece e não queima
em meio a fogueira do julgamento...
Ouço gritos e berros e blasfêmias!
Mas é a sua voz que meus ouvidos
conseguem distinguir
em meio a multidão enfurecida!
Sou a sua orgia ordinária
vilipendiada pelo seu desdém!
Mas é a ti que penso e sinto
nas labaredas ardentes!
É sua língua molhada pelo meu corpo
que representa as chamas em mim!
E grito! Me consumo!
Na orgia de ti sobre mim!