A anciã
Euna Britto de Oliveira
Um caquinho de mulher,
Com os dedos dos pés cansadinhos,
Mas tão boa e vergadinha,
Que dava vontade de a gente levar pra casa...
Mandou abrir o portão.
Transpus a porta
Onde tilintavam os sete sinos da felicidade.
Deixou-me telefonar.
Buscou a toalha
E enxugou meus braços.
Não adiantou dizer que não precisava,
Não me "obedeceu".
Chovia...
Fez isto para eu não pegar resfriado...
A casa da frente era a minha
Com estrago de silêncio na campainha.
Inarredável como um cipreste
Que balança ao vento,
A imperturbável velhinha!...