Poema do fim

Eu tentei.

Me dê uma única razão

pra não desistir pra sempre

busquei o porquê

o amor tão forte não nos salvou

deserto em ilha tornou

por mim você nunca tentou

o lar em chamas ardeu

o sonho naufragou

a poesia derreteu.

Você me deu muitas razões

do porque não podia me tocar

me jogou num mar de solidão

uma morsa em meu coração

apertando cada vez mais,

em vão cada dia infinito aguardei

como veneno amargo que tomei

meu amor por ti foi maldição

me secou por dentro,

quebrou meu espelho

me fez rastejar

humilhante devoção

cortou em pedaços

o resto do meu coração.

Uma razão apenas, mas você me jogou mil

chorei sangue ao decidir

por você esperaria séculos

mas meu corpo não suportou

minha mente me abandonou

caí em vão na via do desespero

abandonada, sem amor

tudo que exigiu levou meu amor ao limite,

tentei viver, respirar

o jardim secou por falta de regar.

Me agarro a única razão pela qual ficaria

o mais puro e simples amor

imperfeito, destruído

fracassado oprimido

ainda suspirava fraco,

minha alma padeceu,

no inferno sucumbiu

sem poder mais se rendeu.

Todo amor do meu ser relutante

simplesmente não foi o bastante.

Para aquele que se foi

Helena Dalillah
Enviado por Helena Dalillah em 05/08/2014
Reeditado em 19/11/2019
Código do texto: T4910107
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